terça-feira, janeiro 19, 2010
Fiona Apple - Tidal
Os "posts" anteriores fizeram lembrar-me o modo como conheci esta senhora.
Encontrei-a numa loja que, est lasse!, devia ser num centro comercial, pois não me recordo qual era e nas minhas memórias não encontro indicador algum que a destaque de tantas outras. A única referência que lembro com maior vivacidade, razão que me levou a entrar no estabelecimento comercial, é da palavra "PROMOÇÕES" em letras garrafais de cor verde fluorescente.
Mas adiante...
Quando entrei na loja ouvia-se o que mais tarde vim a descobrir ser "Slow Like Honey". Encontrei promoções fenomenais para a altura, mas aquela melodia... aquela voz... movia-se "como mel" em meu redor, envolvendo-me num som doce, profundo, lento, espesso, abundante.
Deambulei pelas promoções pelo menos durante mais o tempo da música seguinte (na ordem do CD), mas chegando a meio do "Never Is A Promise", estava mais que conquistada. Estava "melada".
Todas as promoções ficaram eclipsadas por Fiona Apple. Aquele album (Tidal) tinha de ser meu, fosse qual fosse o preço! Foi a minha única compra nesse dia e que mais gozo me proporcionou durante muito tempo depois disso.
Não acredito em "amores à primeira vista" mas este é sem dúvida um "amor à primeira escuta" e que dura até hoje. "Slow Like Honey" e "Never Is A Promise" continuam a levar-me para mundos muito pessoais e distantes... ou talvez não... Talvez não tão distantes e mais interiores.
A título de curiosidade, para além deste, esta mocinha tem apenas mais um trabalho ("When the Pawn") distribuído nos mercados musicais, também ele encantador para não dizer brilhante. Um terceiro trabalho foi produzido em 2003 ("Extraordinary Machine"), mas nunca foi distribuído pela Sony que alega, segundo consta, "não existir um mercado que justifique os custos de promoção e distribuição", apesar de os anteriores terem atingido a platina nos EUA.
E depois dizem que o formato mp3 como forma de distribuição e divulgação musical é um perigo! Aqui está um bom exemplo do que se podia fazer com meios alternativos aos habituais sem que com isso se prejudique artistas, editoras, etiquetas, produtores, etc. A questão da pirataria? Sempre houve! Quem não se lembra de encontrar as cassettes piratas em qualquer feira popular ou mercado tradicional... Mas isto já é outra história!
publicado originalmente pela musikfreak no blog Os Discos das Nossas Vidas, a 17/Julho/2005, mereceu os seguintes comentários:
Dracul disse...
«It's my big secret - Keeping you coming
Slow like honey, heavy with mood
Though dreams can be deceiving
Like faces are to hearts
They serve for sweet relieving
When fantasy and reality lie too far apart»
Dizia ela assim quando tu entraste nessa loja.
Este sim, é um disco que me diz muito, e só não o considero um dos discos da minha vida, porque o tal outro disco brilhante de Fiona Apple, When the Pawn, entrou primeiro na minha vida e foi o que mais me marcou. Há-de chegar a hora dele :)
Kraak/Peixinho disse...
Não conhecia tal dama. Mas pelo que pude ouvir lembra-me um pouco Alanis Morissette. Possível? Isto é fixe pq alargamos os nossos horizontes em termos musicais. Estou a curtir este blogue.
:)
Dracul disse...
Sim, essa comparação até tolero :)
no sentido em que ela põe muitas marcas pessoais nas letras das músicas, passa aquela imagem de rebeldia, de independência.
Mas é claro que gosto muito mais da Fiona :) talvez por só estarem disponíveis estes 2 discos, ela tenha conseguido resguardar mais a sua imagem, e até a sua música. É uma das minhas damas preferidas :)
musikfreak disse...
Em termos da comparação, concordo com o Dracul quando se refere ao cunho pessoal de cada uma das senhoras. O registo musical é diferente. Mas gosto muito das duas: aliás Alanis Morissette vai ser capítulo dos próximos episódios também. Acompanhou-me em alturas em que queria ser uma "rebelde" mas faltou-me a coragem ou desprendimento pelas coisas mais mundanas para tal. Assim fiquei só uma gaja muita maluca sem contexto coerente como o da Alanis!
E eu também estou a curtir este blogue!
J disse...
Eu sei que estou a falhar... So falto eu para completar o leque dos revivalistas... Mas a 1£ cada 15 minutos de internet, havia de sair bem caro um post decente!!
Mas "me aguardem", que hei-de aparecer em toda a forca (sim, sim, nao acentos nesta terra)
musikfreak disse...
Força J. Estamos expectantes!
astianax disse...
Pois é, mas a Alanis também já não é o que era. Desde que cortou o cabelo então...! Daqui a meia dúzia de anos estamos a ouvi-la em duetos com a Celine Dion!!!
astianax disse...
Bom, não. Com a Celine Dion não. Não vale a pena ser tão cruel. Mas com a Shanya Twain ( será assim que se escreve esta porcaria deste nome!?)...
musikfreak disse...
Asti miguito: deixa lá que entre a Celine e a Shanya... shanaia...xana...(realmente que noia de nome)... entre uma e outra que venha o diabo e...
...e leve as duas! Por favor!!!!!
musikfreak disse...
E também concordo que o inicio do trabalho da Alanis era bem melhor.
Este último trabalho já não o ouço com a mesma frequência.
Kraak/Peixinho disse...
J, naum sei se já reparaste que estão 6 capas de CD no side-bar à espera para serem postadas, hehe. Andamos todos à espera que postes o teu 1º disco da tua vida, LOLOL.
Come back from Scotland. You pay less here.
Scottish Hugzzz to you and Dracul & MskFrk
Dracul disse...
Mas num é preciso haver uma ordem: gosto de blogs colectivos precisamente porque assim evita-se períodos mortos, quando uns estão na pausa, os outros deixam correr a veia (literária).
Pus as capas de Pearl Jam e de Nick Cave a pedido do Jota, que quando voltar das Highlands dará conta do recado. Enquanto isso, giramos nós :)
Alexandre Narciso disse...
Estás aqui a criar um bom blog Music! Boa continuação.
*A
Kraak/Peixinho disse...
Dracul e MskFrk :) Então hoje à noite se calhar vou girar os The The. Hehe :)
musikfreak disse...
Boa Kraak! Manda postas!
Ficamos a aguardar os "The The".
musikfreak disse...
Obrigada Alexandre.
Mas o motivador deste trabalho foi o nosso amigo Dracul. Saiu tudo da cabecinha dele. Ele é que é um amigalhaço e convidou-nos a participar. E estou muito contente por isso. Um abraço.
gonn1000 disse...
É uma boa cantora/compositora, e finalmente editará o novo disco em breve :D
Hyug Badox disse...
Fiona rules !!!
O mais recente "Please, Please, Please" é ela, imutável e sempre nova.
Se me tirarem o "Shadowboxer", sei que vai doer.
Dam disse...
Oh, Tidal com toda certeza está entre os álbuns mais perfeitos de todos os tempos, e isso nem está em discussão (rs), Confesso que para a primeira vez que ouvi Fiona torci o nariz... era Criminal, não demorou muito pra Ouvir a segunda, The First Taste, desde então Fiona Apple se tornou uma das artistas mais importantes pra mim, e me fez adotar a "segunda chance" como lição pra vida.
sexta-feira, janeiro 15, 2010
quarta-feira, janeiro 13, 2010
Ian McCulloch - Mysterio
"Mysterio" foi efectivamente um dos discos da minha vida. Sendo eu bastante simpatizante dos Echo & The Bunnymen, foi com surpresa que conheci o 2º álbum a solo de Ian McCulloch.
E quando e onde?
Nos idos anos de 1992, na extinta discoteca Arco-Íris, no Centro Comercial Arco-Íris (ao lado do velho e mítico Apolo 70), no Campo Pequeno. Numa zona onde me movimentava bastante e já sem grande tempo nessa altura. Bah!
Músicas como "Magical World", "Heaven’s Gate" (ainda presente em 2005), "Dug for Love", "Damnation" e a célebre e magnífica versão original de "Lover Lover Lover" de Leonard Cohen. Aliás, foi esta música que me cativou e que me fez ouvir o resto do álbum praticamente todos os dias em que lá ia (e era quase diariamente!). Foi este álbum e em particular, "Lover Lover Lover", a responsável pelos 8 dos mais belos anos da minha vida. Obrigado Ian.
A título de curiosidade, depois de "Mysterio", Ian só editou a solo o álbum "Slideling" em 2003.
Em jeito de cópia (sorry Dracul) relativamente ao post anterior, a discoteca Arco-Íris já não existe. No seu lugar se encontra a expansão da Livraria Arco-Íris que praticamente arrebatou todo o piso.
publicado originalmente no blog Os Discos das Nossas Vidas, pelo Kraak, a 14/Julho/2005, mereceu os seguintes comentários:
Dracul disse...
E que livraria tão incaracterística, essa...
Assim se mostra que, por mais que se oiça e conheça, há sempre território virgem por explorar. Venha então a música do Ian! :)
Kraak/Peixinho disse...
...bem Drac, completamente incaracterística! Antes, já era estranha, mas ok, era o que havia na altura... depois... hummm...
Sobre o Ian, é isso mesmo. Andamos sempre a conhecer. Tb não conhecia a Holly!
Ian McCulloch Rules!
musikfreak disse...
Kraak, Kraak....
Os Echo vêm cá...
Não percas!
Kraak/Peixinho disse...
MskFrk, já sabia!! Eles vão a Vilar! Naum posso ir. É este fds. :(
terça-feira, janeiro 12, 2010
terça-feira, janeiro 05, 2010
Holly Cole - Temptation
Quando me ofereceram a minha primeira aparelhagem (e única até hoje), o acto de comprar um cd ainda continha algo de mítico. Não havia gravadores, ainda não conhecia o mundo das lojas em segunda mão, e os conceitos de saldo e de desconto eram muito relativos.
Com um universo cujos limites não se estendiam muito para lá do bairro de Benfica, a loja da Valentim de Carvalho do Fonte Nova era a referência, apesar de (já nessa altura) os preços não serem muito atractivos. Foi assim que, para minha alegria, descobri uma pequena loja, situada a meio caminho entre a VC e o meu terminal de autocarros, onde os preços eram geralmente mais baixos, às vezes chegando a diferenças de 500$!
Miúdo que era, com uma colecção de cd's ainda mínima e pouco dinheiro para gastar, mesmo assim era estranhamente influenciável. E num desses dias, uma coluna de crítica musical da revista Visão chamava a atenção para um disco novo de Holly Cole, cantora canadiana pouco divulgada em Portugal. Apesar de decerto vir referido no artigo que o disco era inteiramente composto por versões de músicas de Tom Waits, como eu não fazia a mínima ideia quem era o senhor, decerto que não foi isso que me convenceu. Só sei que houve uma certa frase, que referia ser este um disco ideal para ouvir numa noite de Inverno em frente à lareira, que me ficou na mente até hoje.
Lá fui à "minha" loja que, mesmo sendo tão pequena, tinha uma muito boa selecção de discos disponível, e encontrei a Holly. Interpretado pelo The Holly Cole Trio, com Aaron Davis no piano, David Piltch no baixo e percussão, e Holly Cole na voz, este Temptation é um dos discos da minha vida. A loja de discos continua pequena, mas deixou de vender músicas e sonhos, apenas bolinhos e cafés.
Bem vindos às nossas memórias musicais.
publicado originalmente no blog Os Discos das Nossas Vidas, pelo Dracul, a 12/Julho/2005, mereceu os seguintes comentários:
Adryka disse...
Coisas dos novos tempos. Beijo
musikfreak disse...
Não conhecia! Fui ouvir um bocadinho na net. Se a Lara Fabian tivesse um som mais Jazzado cantava assim, n'est pas? E... esta agora... será que toda a gente tem uma versão do "Fragile"?
Adorei a história... e fizeste lembrar-me de uma ou outra que já tinha esquecido e que também ficaram irremediavelmente associadas a determinadas músicas... mesmo que nem gostemos particularmente da musica em questão. :)
Dracul disse...
Encontraste a casa ideal para delas falar :)
Agora essa de esboçares uma comparação entre a Holly e a Lara Fabian é que não me cai nada bem... :P Para dizer a verdade nunca tive curiosidade em ouvir outros discos desta moça, talvez por o encantamento por este disco ser tão grande que não quis correr o risco de me desiludir :)
Kraak/Peixinho disse...
Tb não conhecia! Aliás, ainda não conheço! Tenho que ir ouvir um bocado na net, como a Musikfreak fez. Porém, fiquei um pouco à toa quando se fez a comparação com a Lara Fabian :P LOLL. Dracul, tb não tenho curiosidade nenhuma em ouvir os CD's dessa dama.
:)
--> Holly Cole a investigar. Holly Cole rules!
musikfreak disse...
Ok miguitos... Não me interpretem mal... Também não sou adepta da Lara Fabian. Só estou a dizer que me fez lembrar esta cantora. Às vezes acontecem estas associações mentais nem sabemos muito bem porque. Como disse eu própria tenho músicas que se não estivessem associadas a determinados acontecimentos também as não ouvia à partida.Mas adiante...
Amanhã vou postar uma história que as vossas me recordaram. Um abraço aos dois e fiquem bem.
alexia disse...
Hoje "meteram-me" à socapa na mala o the best of holly cole que confesso desconhecia. Assim que o comecei a ouvir senti que podia ser um dos discos da minha vida e numa pesquisa frenetica acabei por vir aqui parar. Não fazia sentido comentar outro post...até porque ha realmente alturas em que o autor do blog o deixa "morrer", algo com o qual tb sinto afinidades:).
Pronto...nada de relevante a acrescentar a não ser que a preguiça as vezes é uma empata...descobertas:)