Faz hoje uma semana que a Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, recebeu a actuação dos Pink Freud, um quarteto de jazz improvisado vindo da Polónia.
Chegámos ao local um pouco atrasados, o que nos fez entrar numa sala já rendida ao som psicadélico dos 4 músicos, que em palco são acompanhados de um DJ. A banda é liderada pelo baixista Wojciech Mazolewski, que imprime sempre um ritmo frenético às músicas e é quem persiste em nos dar sempre mais um som, um pormenor. De facto, foram raros os intervalos entre as músicas, já que havia sempre um qualquer exercício de improvisação que fazia a transposição e nos dava períodos de 20 minutos ou mais de música seguida.
Hoje em dia os Pink Freud apresentam-se em palco com Tomasz Ziętek no trompete, Kuba Staruszkiewicz na bateria, um teclista que não consegui identificar e o DJ Wojak. Foram eles que nos deram cerca de duas horas de concerto, em que uma delas foi em encore. A meio deste apenas Wojciech e Wojak tocavam à desgarrada, com alguns toques de Tomasz no trompete, até que os outros dois elementos, rendidos à evidência, voltaram ao palco para mais um esforço, sempre em improvisação até ao final e com uma saída de palco em apoteose. Grande concerto destes desconhecidos (pelo menos até agora) do jazz europeu, mas que decerto criaram naquela noite um pequeno grande grupo de fãs.
O último disco dos Pink Freud chama-se “sorry music polska” e é composto por várias composições originais da banda, para além de uma versão de “My Man’s Gone Now”, de George Gershwin, e outra que torna irreconhecível “Come As You Are”, de Kurt Cobain.
Mais informações na página oficial da banda, em polaco :)
Um interessante texto sobre o jazz polaco, que nos apresenta o seu percurso, desde o período anterior à Segunda Guerra Mundial, passando pela descrição das várias correntes e a apresentação dos seus principais símbolos, pode ser encontrado nesta página do Polish Culture.
Texto: Dracul / Imagens: Pink Freud.
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