O Paradise Garage, em Lisboa, recebeu ontem a Primitive Club Tour 2004 (de regresso a casa), onde os Primitive Reason convidaram os Nagual e os Three and a Quarter para lhes fazer companhia.
Nagual
Com os Nagual, Guillermo de Llera regressa a um "full-time job" no baixo (o que é sempre de louvar). A banda apresenta-se (ou são apresentados) como "divagando pela fusão das variantes do rock moderno com os ritmos e sonoridades indígenas das Américas". Assim sendo, a guitarra acústica (a soar a elétrica) de Ricardo Abreu representaria o rock, a bateria do brasileiro Cris Merg marcaria o ritmo indígena, e o baixo de Guillermo faria de "fusão". Aceita-se a teoria.
A pequena amostra apresentada ontem deixa transparecer uma grande homogeneidade entre os temas, com sonoridades muito idênticas. Mas, como se disse, a amostra foi pequena, e os Nagual são uma banda a reter, enquanto se espera por mais desenvolvimentos. A esta hora, o público ainda estava muito concentrado nas imperiais e afins, e dava pouca atenção ao palco.
Three And a Quarter
Com a entrada dos Three And a Quarter o público aflui à boca do palco, e aos primeiros acordes já tudo saltava e pulava, ainda fresquinhos e de garganta saciada. Verdade seja dita, a música deste trio do mundo, puxava até pelo espectador mais céptico. Nos sons que os instrumentos cuspiam, os Primitive Reason encontravam os Sublime, e surfava-se pelas cabeças do público. No final, a sonoridade mudou um pouco, e deixou desconfiados alguns dos presentes. De qualquer maneira, os moços merecem nota positiva. Já agora, alguém sabe o que é que o baterista/baixista trazia às costas?
Primitive Reason
Finalmente, os Primitive estavam em casa. Depois de uma digressão pelo país, num circuito de recintos de lotação limitada, a apresentar o novo baterista (Nélson, estás aprovado!!!), a banda regressou a Lisboa, e tinha uma casa cheia à sua espera. O concerto passeou-se por toda a discografia, desde Alternative Prison ao Firescroll. Apurou-se dos talentos vocais dos manos Beja, que substituíram o saudoso Brian Jackson em temas como Clocking, Bobo Grey e Hipócrita. Os principais temas do último disco também marcaram presença, como Dinero, The Cost e White Tree, mas notou-se o peso dos últimos concertos na voz de Guillermo (frequentemente refrescada com garrafinhas de Heineken). Quando tal acontecia, o público dava uma mãozinha e cantava também, ou tão bem, que perto do final de Kindian, a assistência foi brindada com um elogio ("Vocês sabem!!!"), depois de ter acompanhado a banda desde a primeira à última sílaba. Outro destaque positivo vai para o brilhante uso de uma guitarra portuguesa em In With The Old. Assim se mostra o que é ser alternativo. No final, e antes da "caminha", os Primitive "partiram tudo", e deixaram um público cansado, mas com vontade e força para mais, se a casa deixasse.
Um muito obrigadinho aos senhores do Garage, por não permitirem que esta reportagem tivesse mais que uma fotografia. (Thanks for nothing, you #$*?!)
Texto: J / Foto (Nagual): Dracul
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