Mais uma paragem na digressão que os Ghost in the Machine estão a fazer por todo o país, desta vez no Santiago Alquimista. Mais que um simples bar, este é um espaço que está a ganhar cada vez mais adeptos, tanto entre o público como entre os músicos, como um local preferencial para a realização de concertos, e isso mesmo foi referido pelo vocalista da banda, Pedro Henriques. Foi aqui que os Ghost aproveitaram para recolher mais algumas imagens, gravações vídeo que já têm decorrido noutros concertos, e que poderão indicar a edição de um dvd com actuações da banda, mas ainda sem qualquer confirmação definitiva.
Foi então para uma sala com muitas caras conhecidas dos elementos da banda, mas acima de tudo, com um público ávido pela sua música, que os Ghost subiram ao palco, por volta das 23h30. Após um curto instrumental, os 5 elementos encontram-se já no palco quando ouvimos o início de "The Eyes of Indian Love", faixa que é também a 1ª do álbum que motiva esta digressão, "#2 (humanize)". Como o nome indica, este é o 2º álbum da banda, que também já tinha editado um 1º disco em edição de autor, naturalmente intitulado "#1". É neste registo que estão incluídas as 2 canções seguintes no alinhamento desta noite, "Travelling in Warp Seed" e "R. Love": «this is real love», repete Pedro Henriques até à exaustão.
«am i the only listener?», ouve-se em "Displaced", de volta ao 2º álbum e com Tiago Dias (bateria) e João Moreira (teclas e programações) a marcarem o passo, antes duma prenda que nos é entregue pouco depois, na forma de uma música inédita ("Being Human"?), também ela marcada pela programação, e que convence à primeira.
"Ocean Mirror" é uma das minhas preferidas, e apesar de parecer mais calma, envolve a voz e todos os instrumentos numa espiral que a todos hipnotiza, «all over now, all over you». É a deixa para a história de um homem estranhamente solitário, que caminha pelas ruas com a sua chama. Consigo traz luzes psicadélicas, volume bem alto, 1 vocalista aos pulos e muita energia: "The Man Who Walks Alone With a Flame of His Own", música que, juntamente com a anterior, marca presença em ambos os álbuns da banda.
"The Beginning of It" acalma novamente os ânimos e parece que só haverá mais uma música. Com pedidos de mais e com a energia que essa música trouxe, nem retive o seu nome (o que só pode ser bom sinal). Uma assistência rendida, a promessa de algo mais, e a surpresa desfeita aos primeiros acordes, muito saborosa: uma versão de "Girls on Film", dos Duran Duran, muito bem interpretada/transformada, que marca o perfeito final de concerto, mas com um inevitável sabor a pouco.
De realçar também o muito bom desempenho de Gonçalo Santos (baixo) e Henrique Caeiro (guitarra), num conjunto que demonstra já muita segurança em palco, e que mostra estar preparado para todos os desafios. Principalmente o de nos proporcionar grandes concertos. Ghost in the Machine, uma banda sempre acompanhada de perto pelo giradiscos, e que decerto nos trará ainda muitos e bons momentos musicais.
Texto: Dracul / Foto: Hugo Amaral (Divergências).
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