Ontem decorreu o segundo e último dia da Festa do Bloco, com uma mão cheio de concertos, e o giradiscos esteve lá.
Legendary Tiger Man
Fuck Christmas, Fuck Easter, I got the Blue's Machine. Paulo Furtado é o verdadeiro "One man band", e ontem demonstrou-o mais uma vez. Sem se incomodar com quem ainda jantava (aliás, a música ajudava a empurrar a comidinha), Tiger Man deu um show que ia atraindo cada vez mais espectadores. O concerto, que contou com o habitual convidado especial, Zé Pedro (Xutos & Pontapés), terminou em grande, e nem o facto de não terem acedido ao pedido de desligar as luzes do pavilhão estragou a boa performance (Desculpa lá Tiger, mas o pessoal tem que ver o que leva à boca). Este sim, é o verdadeiro Tigrão!!!
Nota para futuros concertos: Pessoal, este homem gosta de calor humano. No próximo concerto cheguem-se à frente logo de início.
Chullage
"Para todos os oprimidos que o querem deixar de ser", Chullage tem a receita. O MC do Seixal apresentou música de intervenção numa forma especial e sua. A mensagem está lá, e Chullage demonstra que é necessário adaptar a forma como se passa essa mensagem, a uma realidade em constante mutação. A dedicatória de um pequeno refrão a George W. Bush caiu bem no público, que a partir daí animou. Ladeado por boas vozes e DJ (apesar do pequeno percalço, mas que deu para soltar uns risos entre o público), Chullage aqueceu um palco principal ainda frio, e desentorpeceu os músculos do público, preparando-os para o que se seguiria.
Sloppy Joe
Num dos pontos altos da noite, os Sloppy Joe vieram a Lisboa divulgar Flic Flac Circus. Esperava-se uma actuação vibrante e animada, e foi isso que o público teve... no curto espaço de tempo que durou o concerto. A banda do Porto revisitou o seu primeiro álbum, com destaque para 6 Little Monsters, Jean Michel e Flic Flac Circus, que arrancaram os pés do público do chão do pavilhão. Marta Ren esteve ao seu nível habitual (extraordinário), e a sua voz foi acompanhada por 7 brihantes músicos. O lado menos bom do concerto foi apenas a sua duração, de uns curtos 35 minutos. Ao que se apurou, foi por decisão da própria banda que a actuação se ficou pelas sete músicas.
O giradiscos aproveita este espaço para fazer um apelo aos Sloppy: Não nos tornem a cortar as asas desta maneira. Deixar um público receptivo e entusiasta no auge de uma actuação, sedento e à espera de mais, aumenta os riscos de depressão e esgotamentos nervosos. E correm rumores de que os Sloppy não têm uma grande aceitação em Lisboa. Isso não é verdade. Não tomem o concerto do Santiago Alquimista, em Dezembro passado, como exemplo. Aqui em baixo gosta-se muito da vossa música. Voltem sempre que serão muito bem recebidos.
Rádio Macau
Os Rádio Macau estão de regresso, e continuam em forma. Com uma bateria e uma guitarra hiperactiva (Flak, meu grande maluco!!!), Xana não precisou de se esforçar muito para agradar ao público. Bastou revisitar alguns dos clássicos da banda, como O Anzol, Amanhã É Sempre Longe Demais e O Elevador Da Glória (cantado em uníssono com o público), tocar uma versão aústica de O Tempo, e dedicar Guarda À Faca a George W. Bush (de novo - o homem esteve muito requisitado ontem) para que o público aplaudisse sonoramente na despedida.
Terrakota
Regressados do Senegal, os Terrakota encerraram a noite de concertos, no outro ponto alto da noite. A banda apresentou temas novos, que serão incluidos no novo album (que ainda está no "prelo"), que promete ser um excelente sucessor o disco de estreia. Novas sonoridades e novos instrumentos, com espírito de sempre, mantêm os Terrakota no topo das novas bandas portuguesas. Mas não só de novos temas viveu o concerto. Abriu com Inch Allah, passou por Sonhador e Curruputu, e acabou, em encore com Bolomakoté. Tudo junto resultou num concerto contagiante, com uma variedade de ritmos, em que era evidente a excelente química que flui entre a banda e os fãs. Terrakota deram o grande concerto da Festa do Bloco.
E foi uma festa, pá.
Texto: J / Fotos: Dracul
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