"De qualquer maneira, os moços merecem nota positiva." Terminou assim o último encontro entre os Three And A Quarter e o giradiscos. E a nota foi de tal modo positiva que o giradiscos procurou, ouviu, gostou e voltou a apanhar os Three And A Quarter em concerto. Mas desta vez foram eles os anfitriões e como convidados surgiram os Humble.
Humble
Os Humble entraram e Ângelo, o vocalista, começou por dizer: "É um prazer estar aqui a tocar com os Three And A Quarter, a banda que nos ensinou a tocar." E que belos alunos que os Humble saíram. Talvez uma nota 18, que ainda há alguns pormenores que precisam de mais um ou dois ensaios. Com bastante animação e muito comunicativos, os Humble cumpriram na ingrata tarefa destinada à 1ª banda: aquecer o público para os senhores que se seguem. E os moços fizeram isso mesmo. Puseram o público a saltar e a pular, e de pé a bater enquanto se esperava pelos próximos 3 e 1/4.
Three And A Quarter
Como se disse, quando os Three And A Quarter entraram em palco, o público estava quentinho da actuação anterior. E eles não nos deixaram arrefecer. O público vibrou ao longo de todo o concerto, e surfou-se muito na multidão. Ao longo da actuação foram frequentes as intervenções de Ângelo (vocalista dos Humble, que eu adorei em "favorite song"), e de um senhor que respondia pelo nome de Tequilla (pelo que eu percebi). Não sei se é influência de conhecer melhor o trabalho dos Three, se foi do concerto ter sido maior, mas achei a noite de sábado bem melhor do que o concerto de 1 de Abril, e o público esteve bem mais activo. Tão activo que acabou em grande número no palco, a curtir o "encore" (o que, ao que parece, é uma situação habitual). "Encore" esse que foi composto por músicas que já faziam parte da setlist, escolhidas na hora e a pedido do público, mas que, apesar de serem repetidas, não perderam força.
O concerto acabou e ficou uma ideia no ar: "ONE MORE TIME!!! ONE MORE TIME!!!"
Texto: J / Fotos: Three And A Quarter, Humble.
terça-feira, maio 25, 2004
segunda-feira, maio 24, 2004
Fantômas na Aula Magna
Fantômas
O nome Mike Patton arrasta muita gente. Isso viu-se à porta da Aula Magna, na sexta-feira, e principalmente lá dentro porque, se sobrou algum lugar, eu não o encontrei. Eu próprio fui um pouco à descoberta, apenas com Delirium Cordia no currículo (e mesmo assim muito cru). Peguei no bilhete e fui com muita expectativa, e curiosidade, para ver o que iria sair daquele espectáculo.
Mas comecemos pelo princípio. E o princípio foi Kubik (na foto). Quando o vejo instalar-se com uma guitarra em punho e maquinaria por todo lado, lembrei-me inevitavelmente de Mugison, que fez a primeira parte do concerto dos Múm. Mas embora fosse igualmente irreverente o seu estilo era outro. Menos comunicativo com o público, mas com samples mais trabalhados, obra de um disco já editado. A sonoridade agradou aos presentes, como havia agradado a Mike Patton (que o convidou pessoalmente para fazer a primeira parte do concerto).
Mas espera lá? Quem são estes dois? Não estavam no programa!!! Descobri hoje, pela MOM que se tratava de um projecto chamado Evyind Kang (curiosamente o nome de um dos elementos). Eu sou muito céptico quando vejo alguém sacar de um laptop e começar a carregar nos botões. E a verdade é que a música deste duo não me agradou. Primeiro passou por uma combinação de um sample quase inaudivel, com uma leitura sussurrada de Jessica, igualmente inaudivel numa língua imperceptível. Inevitavelmente, os presentes iam trocando comentários e risos, quase de incredulidade. Depois, o líder deste projecto passou pela guitarra e pelo violino, tentando fazer world music, acompanhado por umas teclas muito inócuas. Enfim, no meu modesto parecer, este calminho projecto não se encaixa (nunca) antes dos Fantômas.
Depois, fomos brindados com uma típica banda sonora de um desenho animado da WB, enquanto os roadies iam preparando o palco para os senhores da noite. Quase que podia imaginar o Road Runner a escapar por entre as armadilhas do coyote, ou o Elmer Fudd a levar com uma bigorna na cabeça. Estava eu neste devaneio mental quando ouço um salva de palmas. Olho para o palco, e um muito discreto Mike Patton entra para dar uma ajudinha nos preparativos do concerto. Saiu tão ou mais discreto do que entrou. Passados uns minutos começa o espectáculo, entram os artistas, tomam os seus lugares, e começa a festa do terror. Aos primeiro sons reconhece-se Delirium Cordia, e a partir daí foi um debitar de sons terrificos, maquiavélicos e sem dúvida brilhantes. Mike Patton era mais maestro que do que executante, mas não deixava de surpreender com berros, guinchos e feed-backs estrategicamente colocados entre os delírios musicais dos restantes três "fantasmas". Dave Lombardo sabia perfeitamente para onde se virar, ele que estava rodeado de uma parafernália de instrumentos para percurssão, incluíndo um pobre balde de metal que muito sofreu ao longo do concerto. Patton e Lombardo como que brincavam um com o outro, trocando sons e sinais, e oleando perfeitamente a máquina que ainda tinha por companhia uns alucinados Buzz Osborne na guitarra e Trevor Dunn no baixo. Os dois eram como que gémeos que respondiam perfeitamente aos pedidos do maestro para tornar o ambiente terrificamente fantasmagórico. Passei todo o concerto à espera que alguém como Leatherface saisse dos bastidores, e começasse uma chacina a golpes de moto-serra nas primeira filas da Aula Magna. Mas não. O que nos surpreendia eram os climaxes sonoros que surgiam quando menos se esperava, bem à imagem dos discos dos Fantômas (sim, dos discos, porque, entretanto, o giradiscos já ouviu The Director's Cut). No início do encore, Mike Patton dirigiu-se pela única vez à plateia num fantástico português, para travar este pequeno diálogo:
Mike Patton: "Muito Obrigado!"
Público: "YEEAAHHH!"
Mike Patton: "Somente uma pergunta. Está tudo bem?"
Público: "YEEAAHHH!"
Mike Patton: "Agora não vai estar!"
E não esteve mesmo, porque mais de metade da audiência levou as mãos aos ouvidos para tentar abafar os ruídos estridentes e muito agudos que os Fantômas faziam cuspir para a plateia.
Em suma, a expectativa e a curiosidade era muita, e saí de lá saciado, com um disco debaixo do braço, e com um pensamento na cabeça:
Eu: "Estes gajos são completamente doidos... E ainda bem!"
Texto e foto do bilhete: J/ Fotos Fantômas: Gustavo Scafuro (Metal Open Mind)
terça-feira, maio 18, 2004
PINK FREUD e o Jazz Polaco
Faz hoje uma semana que a Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, recebeu a actuação dos Pink Freud, um quarteto de jazz improvisado vindo da Polónia.
Chegámos ao local um pouco atrasados, o que nos fez entrar numa sala já rendida ao som psicadélico dos 4 músicos, que em palco são acompanhados de um DJ. A banda é liderada pelo baixista Wojciech Mazolewski, que imprime sempre um ritmo frenético às músicas e é quem persiste em nos dar sempre mais um som, um pormenor. De facto, foram raros os intervalos entre as músicas, já que havia sempre um qualquer exercício de improvisação que fazia a transposição e nos dava períodos de 20 minutos ou mais de música seguida.
Hoje em dia os Pink Freud apresentam-se em palco com Tomasz Ziętek no trompete, Kuba Staruszkiewicz na bateria, um teclista que não consegui identificar e o DJ Wojak. Foram eles que nos deram cerca de duas horas de concerto, em que uma delas foi em encore. A meio deste apenas Wojciech e Wojak tocavam à desgarrada, com alguns toques de Tomasz no trompete, até que os outros dois elementos, rendidos à evidência, voltaram ao palco para mais um esforço, sempre em improvisação até ao final e com uma saída de palco em apoteose. Grande concerto destes desconhecidos (pelo menos até agora) do jazz europeu, mas que decerto criaram naquela noite um pequeno grande grupo de fãs.
O último disco dos Pink Freud chama-se “sorry music polska” e é composto por várias composições originais da banda, para além de uma versão de “My Man’s Gone Now”, de George Gershwin, e outra que torna irreconhecível “Come As You Are”, de Kurt Cobain.
Mais informações na página oficial da banda, em polaco :)
Um interessante texto sobre o jazz polaco, que nos apresenta o seu percurso, desde o período anterior à Segunda Guerra Mundial, passando pela descrição das várias correntes e a apresentação dos seus principais símbolos, pode ser encontrado nesta página do Polish Culture.
Texto: Dracul / Imagens: Pink Freud.
Chegámos ao local um pouco atrasados, o que nos fez entrar numa sala já rendida ao som psicadélico dos 4 músicos, que em palco são acompanhados de um DJ. A banda é liderada pelo baixista Wojciech Mazolewski, que imprime sempre um ritmo frenético às músicas e é quem persiste em nos dar sempre mais um som, um pormenor. De facto, foram raros os intervalos entre as músicas, já que havia sempre um qualquer exercício de improvisação que fazia a transposição e nos dava períodos de 20 minutos ou mais de música seguida.
Hoje em dia os Pink Freud apresentam-se em palco com Tomasz Ziętek no trompete, Kuba Staruszkiewicz na bateria, um teclista que não consegui identificar e o DJ Wojak. Foram eles que nos deram cerca de duas horas de concerto, em que uma delas foi em encore. A meio deste apenas Wojciech e Wojak tocavam à desgarrada, com alguns toques de Tomasz no trompete, até que os outros dois elementos, rendidos à evidência, voltaram ao palco para mais um esforço, sempre em improvisação até ao final e com uma saída de palco em apoteose. Grande concerto destes desconhecidos (pelo menos até agora) do jazz europeu, mas que decerto criaram naquela noite um pequeno grande grupo de fãs.
O último disco dos Pink Freud chama-se “sorry music polska” e é composto por várias composições originais da banda, para além de uma versão de “My Man’s Gone Now”, de George Gershwin, e outra que torna irreconhecível “Come As You Are”, de Kurt Cobain.
Mais informações na página oficial da banda, em polaco :)
Um interessante texto sobre o jazz polaco, que nos apresenta o seu percurso, desde o período anterior à Segunda Guerra Mundial, passando pela descrição das várias correntes e a apresentação dos seus principais símbolos, pode ser encontrado nesta página do Polish Culture.
Texto: Dracul / Imagens: Pink Freud.
domingo, maio 09, 2004
LAMBCHOP e o mundo dos sonhos
2 dias depois de Múm, a passadeira vermelha foi de novo estendida no palco da Aula Magna, desta vez para Kurt Wagner e os seus sete companheiros de estrada.
Se depois do concerto de Múm as palavras me faltavam, hoje a sensação ainda é mais forte. Foi bonito demais. Deixamo-nos embalar mas também levitar, e 8 músicos tocando muitas vezes 4 guitarras ao mesmo tempo, fazem da música mais deliciosamente simples que alguma vez pudemos ouvir.
Uma sala quase quase cheia aclamou de pé várias vezes uma banda que já se transformou num dos maiores cultos da música em Portugal. E é decerto uma das que mais suavemente me transporta ao mundo dos sonhos bonitos, sejam eles tristes ou não.
Aula Magna, 08/05/04
Texto: Dracul / Foto: RollingStone.com.
Se depois do concerto de Múm as palavras me faltavam, hoje a sensação ainda é mais forte. Foi bonito demais. Deixamo-nos embalar mas também levitar, e 8 músicos tocando muitas vezes 4 guitarras ao mesmo tempo, fazem da música mais deliciosamente simples que alguma vez pudemos ouvir.
Uma sala quase quase cheia aclamou de pé várias vezes uma banda que já se transformou num dos maiores cultos da música em Portugal. E é decerto uma das que mais suavemente me transporta ao mundo dos sonhos bonitos, sejam eles tristes ou não.
Aula Magna, 08/05/04
Texto: Dracul / Foto: RollingStone.com.
sexta-feira, maio 07, 2004
MÚM ao vivo ou a música do País das Maravilhas
Música para adormecer e para sonhar, uns meninos em palco a brincar aos músicos. Concerto de Múm, deixemo-nos embalar.
Na 1ª parte, outro grande maluco, Mugison.
Não há muito a dizer, sentiu-se. Agora é só espalhar a palavra, quer dizer, os sons e as sensações.
Aula Magna, 06/05/04
Texto e foto de cima: Dracul / Foto de baixo (concerto da véspera, no Teatro Sá da Bandeira, Porto): Zé Luís (múm:web).
quinta-feira, maio 06, 2004
Hoje, MÚM ao vivo na Aula Magna
«Fear blew somewhere in the faraway now, this fear that had gripped my breathing when i lay in bed at night. Watching the storm window. I just could not put down my telescope anymore and kept imagining my teeth breaking. I was having violent dreams where me and the other kids would commit horrible acts and then run away in guilt. I needed to put down my telescope, so i walked down to the sea. My boots were full of fog. Lying on a rock i stuck my head in the cold water. From under the waves that kissed my shoulders, i could hear it's faint bells drifting closer. But would the summer make good for all of our sins?»
Depois de terem actuado no Porto a noite passada, Lisboa recebe os islandeses Múm, num concerto de apresentação do seu mais recente álbum, "Summer Make Good". Juntem-se a nós nesta celebração.
segunda-feira, maio 03, 2004
KRONOS QUARTET ao vivo na Culturgest
Na passada 6ª feira ficou aqui o convite para o concerto de Bulllet no Santiago Alquimista. Se é certo que alguns amigos do giradiscos lá foram e trouxeram relatos de uma grande noite, o meu caminho sofreu um desvio e fui parar à Culturgest, onde me esperava o Kronos Quartet.
Sem nunca antes os ter ouvido, o concerto tornou-se então numa daquelas experiências musicais em que nos deslumbramos apenas com o momento, não deixando que o que já trazemos de fora nos influencie.
Com os 4 músicos concentrados no centro do palco, uma cortina de fundo e um discreto mas eficaz jogo de luzes, fico espantado com os sons que David Harrington, John Sherba (ambos em violino), Hank Dutt (violeta) e Jennifer Culp (violoncelo) retiram dos seus instrumentos. À 3ª música, juro que vi Tom Waits a entrar numa casa assombrada. Sensemayá, ou a Canção para a Matança da Cobra, foi escrita por Silvestre Revueltas, que gostava de imaginar as plateias a reagir à sua música "como se algo de obsceno, vulgar ou de mau gosto tivesse sido proferido". Ao final de 5 músicas surge o intervalo e uma enorme vontade de sentir o que nos traz a 2ª parte.
Ao encontrar o programa do concerto, surge a 1ª surpresa: vamos ter direito a ouvir uma interpretação de uma música dos Sigur Rós. Após as duas primeiras músicas, as cortinas são retiradas e no fundo de palco vemos o repuxo exterior, enquanto as luzes criam uma nuvem azul. Começamos a ouvir Flugufrelsarinn e viajo até Reykjavík. É estranho ver a música dos Sigur a ser interpretada por alguém que não eles, mas o ambiente criado é magnífico. Soou a estranho, e ainda bem. A seguir, e para terminar, uma peça de Steve Reich escrita para o Kronos Quartet, Quarteto Triplo, em que uma das partes é criada em palco enquanto as outras duas estão pré-gravadas e passam em fundo.
Chegamos ao fim, ou talvez não.
Após duas saídas de palco, os 4 músicos voltam para interpretar Carlos Paredes e receber uma das maiores ovações da noite. Mais uma saída e «após Carlos Paredes, só poderíamos interpretar um compositor: Jimi Hendrix», com uma música escrita «enquanto decorria outra guerra». Uma versão demoníaca e psicadélica de Star Spangled Banner, para nos despedirmos em beleza do Kronos Quartet. Foi o primeiro contacto, mas decerto não será o último. É altura de descobrir os discos e deixar-me deslumbrar vezes sem conta por este quarteto criado há mais de 30 anos. Até à próxima.
A parte inicial do concerto foi marcada por peças extraídas do seu último disco, Nuevo, no qual interpretam peças de compositores mexicanos, às quais se seguiram outras extraídas da vasta discografia do Kronos Quartet. Aqui fica o programa, a que se somam interpretações de Carlos Paredes e Jimi Hendrix, já em encore:
- Severiano Briseño, El Sinaloense (O homem de Sinaloa)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Agustín Lara, Se Me Hizo Fácil (Foi fácil para mim)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Silvestre Revueltas, Sensemayá * (arr. Stephen Prutsman)
- Felipe Pérez Santiago, Camposanto **
- Alfred Schnittke, Quarteto nº 3: I. Andante II. Agitato III. Pesante (tocado sem pausas)
Intervalo
- Rahul Dev Burman, Aaj Ki Raat (É esta noite)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Gétatchèw Mèkurya, Aha gèdawo * (arr. Stephen Prutsman)
- Sigur Rós, Flugufrelsarinn (O libertador de moscas)* (arr. Stephen Prutsman)
- Steve Reich, Quarteto Triplo **
* Arranjos para o Kronos Quartet
** Escrito para o Kronos Quartet
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa), 30/04/04
Texto: Dracul (com a ajuda do programa do concerto) / Foto: Caroline Greyshock (do site oficial do Kronos Quartet).
Sem nunca antes os ter ouvido, o concerto tornou-se então numa daquelas experiências musicais em que nos deslumbramos apenas com o momento, não deixando que o que já trazemos de fora nos influencie.
Com os 4 músicos concentrados no centro do palco, uma cortina de fundo e um discreto mas eficaz jogo de luzes, fico espantado com os sons que David Harrington, John Sherba (ambos em violino), Hank Dutt (violeta) e Jennifer Culp (violoncelo) retiram dos seus instrumentos. À 3ª música, juro que vi Tom Waits a entrar numa casa assombrada. Sensemayá, ou a Canção para a Matança da Cobra, foi escrita por Silvestre Revueltas, que gostava de imaginar as plateias a reagir à sua música "como se algo de obsceno, vulgar ou de mau gosto tivesse sido proferido". Ao final de 5 músicas surge o intervalo e uma enorme vontade de sentir o que nos traz a 2ª parte.
Ao encontrar o programa do concerto, surge a 1ª surpresa: vamos ter direito a ouvir uma interpretação de uma música dos Sigur Rós. Após as duas primeiras músicas, as cortinas são retiradas e no fundo de palco vemos o repuxo exterior, enquanto as luzes criam uma nuvem azul. Começamos a ouvir Flugufrelsarinn e viajo até Reykjavík. É estranho ver a música dos Sigur a ser interpretada por alguém que não eles, mas o ambiente criado é magnífico. Soou a estranho, e ainda bem. A seguir, e para terminar, uma peça de Steve Reich escrita para o Kronos Quartet, Quarteto Triplo, em que uma das partes é criada em palco enquanto as outras duas estão pré-gravadas e passam em fundo.
Chegamos ao fim, ou talvez não.
Após duas saídas de palco, os 4 músicos voltam para interpretar Carlos Paredes e receber uma das maiores ovações da noite. Mais uma saída e «após Carlos Paredes, só poderíamos interpretar um compositor: Jimi Hendrix», com uma música escrita «enquanto decorria outra guerra». Uma versão demoníaca e psicadélica de Star Spangled Banner, para nos despedirmos em beleza do Kronos Quartet. Foi o primeiro contacto, mas decerto não será o último. É altura de descobrir os discos e deixar-me deslumbrar vezes sem conta por este quarteto criado há mais de 30 anos. Até à próxima.
A parte inicial do concerto foi marcada por peças extraídas do seu último disco, Nuevo, no qual interpretam peças de compositores mexicanos, às quais se seguiram outras extraídas da vasta discografia do Kronos Quartet. Aqui fica o programa, a que se somam interpretações de Carlos Paredes e Jimi Hendrix, já em encore:
- Severiano Briseño, El Sinaloense (O homem de Sinaloa)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Agustín Lara, Se Me Hizo Fácil (Foi fácil para mim)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Silvestre Revueltas, Sensemayá * (arr. Stephen Prutsman)
- Felipe Pérez Santiago, Camposanto **
- Alfred Schnittke, Quarteto nº 3: I. Andante II. Agitato III. Pesante (tocado sem pausas)
Intervalo
- Rahul Dev Burman, Aaj Ki Raat (É esta noite)* (arr. Osvaldo Golijov)
- Gétatchèw Mèkurya, Aha gèdawo * (arr. Stephen Prutsman)
- Sigur Rós, Flugufrelsarinn (O libertador de moscas)* (arr. Stephen Prutsman)
- Steve Reich, Quarteto Triplo **
* Arranjos para o Kronos Quartet
** Escrito para o Kronos Quartet
Grande Auditório da Culturgest (Lisboa), 30/04/04
Texto: Dracul (com a ajuda do programa do concerto) / Foto: Caroline Greyshock (do site oficial do Kronos Quartet).
sábado, maio 01, 2004
notícias SIGUR RÓS
A costela islandesa do giradiscos vem ao de cima. Aqui ficam as mais recentes notícias dos Sigur Rós.
- Três canções do novo álbum estão prontas. Entretanto, a banda fez uma pequena pausa nas gravações, que serão retomadas em Junho. Como já tinha sido divulgado, desta vez as canções terão letras e títulos e o álbum deverá ser lançado no início de 2005.
- Kjartan criou uma banda de versões (com Orri na bateria e a sua namorada María no violino) há umas semanas atrás e fez versões de country alternativo de 4 canções dos Sigur Rós, que estão disponíveis através deste link.
- O amigo dos Sigur Rós, Jimmy Lavelle (The Album Leaf), que fez a 1ª parte dos últimos concertos em Portugal, vai lançar o seu novo álbum "in a safe place" a 22 de Junho. O álbum foi gravado no estúdio da banda islandesa e 3 dos seus membros contribuíram com voz, guitarra acústica, acordeão, "glockenspiel", órgão, sininhos e bateria para o disco. Podemos ouvir um excerto neste link.
- O site oficial dos Sigur Rós disponibilizou agora algumas gravações raras da banda. Fonklagid é uma canção de 1998 com umas batidas pop/funk, que nunca foi editada e que podemos ouvir numa versão ao vivo. Outra música nunca editada é Rokklagid, cuja versão aqui disponível foi gravada na última vez que o tema foi tocado ao vivo. Nesta versão de Hafssól, canção de 1998, podemos ouvir o ex-baterista Ágúst e também Kjartan no acordeão.
Fonte: newsletter do site oficial dos Sigur Rós.
- Três canções do novo álbum estão prontas. Entretanto, a banda fez uma pequena pausa nas gravações, que serão retomadas em Junho. Como já tinha sido divulgado, desta vez as canções terão letras e títulos e o álbum deverá ser lançado no início de 2005.
- Kjartan criou uma banda de versões (com Orri na bateria e a sua namorada María no violino) há umas semanas atrás e fez versões de country alternativo de 4 canções dos Sigur Rós, que estão disponíveis através deste link.
- O amigo dos Sigur Rós, Jimmy Lavelle (The Album Leaf), que fez a 1ª parte dos últimos concertos em Portugal, vai lançar o seu novo álbum "in a safe place" a 22 de Junho. O álbum foi gravado no estúdio da banda islandesa e 3 dos seus membros contribuíram com voz, guitarra acústica, acordeão, "glockenspiel", órgão, sininhos e bateria para o disco. Podemos ouvir um excerto neste link.
- O site oficial dos Sigur Rós disponibilizou agora algumas gravações raras da banda. Fonklagid é uma canção de 1998 com umas batidas pop/funk, que nunca foi editada e que podemos ouvir numa versão ao vivo. Outra música nunca editada é Rokklagid, cuja versão aqui disponível foi gravada na última vez que o tema foi tocado ao vivo. Nesta versão de Hafssól, canção de 1998, podemos ouvir o ex-baterista Ágúst e também Kjartan no acordeão.
Fonte: newsletter do site oficial dos Sigur Rós.
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